Passados 50 anos desde a última reunião (a 28 de Abril de 1974) do então Grupo de Estudo do Pessoal Docente do Ensino Secundário (1969-1874), antecessores dos sindicatos dos professores, mais de meia centena de docentes dessa época que fizeram parte deste movimento, voltaram à Figueira da Foz para assinalar e comemorar o 50.º aniversário, numa reunião que decorreu no Auditório Afonso Ernesto de Barros, na Misericórdia Obra da Figueira, onde estava patente uma exposição evocativa documental com material dessa época, nomeadamente O Caderno do Professor.
Neste reencontro que intitularam “O Dever de Memória”, presidido por António Teodósio, ouviram-se estórias dessa clandestinidade e tempos difíceis, que reuniam secretamente em casa de uns e outros, por diversos pontos do país, na Figueira da Foz houve nove dessas reuniões, a última das quais a 28 de Abril de 1974, em casa de Joaquim de Sousa.
O anfitrião, Joaquim de Sousa, cumprimentou e agradeceu a presença de todos, dizendo que este encontro é “o resumo de vários encontros, em suma: O Dever de Memória” meio século depois.
António Teodósio justificou a razão desta reunião, lembrando que os dias da semana em 1974 eram precisamente os mesmos passados 50 anos. Saudou todos os que ainda estão vivos e guardaram um minuto de silêncio por todos os outros que já não estão entre nós. Lembrou também que Joaquim de Sousa “era uma pessoa importante na região centro e na Figueira da Foz, e na movimentação clandestina deste grupo de estudos” salientou
Helena Pato resumiu um pouco desta história dos “direitos educativos”, mas também na democratização do Ensino, porque os professores não tinham vencimento nas férias de Verão. “Foram percursos sinuosos” vividos nessa época, explicou.
Para Agostinho Reis Monteiro “foram tempos muito difíceis”, mas importantes para a classe docente que “nesta altura também não é famosa”. Passados 50 anos estamos “num encontro de emoções para reavivar as memórias passadas” concluiu.
Para este encontro tinham sido convidadas as duas federações de professores e Mário Nogueira marcou presença para dizer que “viver esses tempos, é recordar os seus professores e os seus percursos sindicalistas até chegarmos aqui” porque, prosseguiu Mário Nogueira “se não fossem vocês, nós não eramos o que somos hoje na Escola Pública”.
Neste encontro de emoções seguiram-se outros testemunhos e muitas estórias, um salutar convívio que finalizou com um almoço de confraternização.
In Campeão das Províncias Edição Digital 02.05.2024